Porque é que as pessoas apressam
o amor?
Às vezes dou por mim a pensar
porque é que as pessoas têm tanta pressa em casar e ter filhos. Como se fosse
uma obrigação social e valêssemos menos por não termos esse status. Não falo de
todos os casais, e não coloco, por isso, todos os pares no mesmo saco porque
sei que existe uma ordem natural das coisas e circunstâncias que nos levam a
isso.
Quando conhecemos alguém que
desperta o nosso interesse é natural que possamos, ainda que de longe, vislumbrar
um futuro a dois. Faz sentido, embora sem grandes expetativas ou prazos para
que isso possa acontecer. Seriamos hipócritas se não admitíssemos que esse
pensamento surge na nossa mente. Mas, lá está é um pensamento, uma ideia, ainda
sem linhas definidas e não uma certeza.
É tão bom conhecer outra pessoa,
e a cada dia descobrir algo novo. Surpreendermo-nos com essas pequenas
descobertas. E sentirmos que temos ainda tanto para aprender e principalmente para
partilhar. É ir aos mesmos sítios que sempre fomos mas oferecer novas memórias
aquele chão tão conhecido para nós. É querer conhecer mais e mais. É querer
viajar com essa pessoa, e mostrar-lhe o mundo com os nossos olhos. É aprender a
gostar dos defeitos e manias um do outro. É ter a certeza que nunca te vais
aborrecer com essa pessoa, pois seguindo a ordem natural das coisas ele pode
ser o tal com quem irás partilhar uma grande parte da tua vida. É saber que a
saudade sabe bem, e que é tão bom sentir que ambos usufruem ainda assim da sua
individualidade.
E todo este processo leva tempo,
não é contruído em meia dúzia de meses. Ter pressa que o futuro chegue é como
envelhecer de um dia para o outro. A fase de conhecimento é na minha opinião a
mais importante, é construir os alicerces de uma relação para que ela não caia
a qualquer terramoto. Apressar as coisas só estraga, é como construir uma casa
sobre areia movediça. É construir uma
relação sem grandes certezas e apostar na sorte para que tudo corra bem, e
possas até vir a gostar dos hábitos da outra pessoa.
Já Mark Twain dizia “Quer conhecer melhor uma
pessoa? Viaje com ela”. E este é sem dúvida o mais sábio concelho que alguém
nos pode dar. Falo por experiência própria, já perdi uma amizade por perceber
como a pessoa realmente era numa viajem. E esta amizade contava com 15 anos de existência.
Não há melhor forma de conhecer alguém do que a viajar. Não é um compromisso, e
subtilmente ao passarmos 24 horas sobre 24 horas juntos perceberemos muita
coisa. Mas quando falo em viajar não falo num fim-de-semana romântico num resort
à beira-mar. É preciso palmilhar muitas horas para chegar aquele ponto em que
ou te saturas ou queres mais.
Bem, hoje apeteceu-me falar sobre
isto. É a minha opinião. E vale o que vale.
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